É impossível não traçar paralelos com o que já vi em outras regiões, especialmente na adoção da nuvem na Índia e na Austrália. Aqui no Brasil, ainda vejo muitas empresas relutantes em migrar para a nuvem, optando por manter tudo on-premises, muitas vezes pela falta de infraestrutura adequada ou por receios relacionados à segurança. A instabilidade política dos últimos anos também não ajudou no incentivo ao investimento em tecnologia, e o tamanho continental do país apresenta desafios de latência e conectividade, assim como na Austrália.
Apesar dos obstáculos, a oportunidade de transformação é gigantesca. Existe um movimento claro, especialmente entre os provedores de soluções de segurança na nuvem, com aquela mentalidade de “construa e eles virão”. Eles estão investindo pesado para entregar serviços que consigam acompanhar as necessidades das empresas brasileiras, permitindo uma verdadeira transformação digital que não apenas moderniza a infraestrutura, mas também proporciona mais agilidade, segurança e, principalmente, uma experiência de usuário aprimorada.
Com a adoção de modelos como SASE (Secure Access Service Edge) e ZTNA (Zero Trust Network Access), as empresas brasileiras têm a chance de transformar a maneira como acessam e protegem seus recursos digitais. Essas abordagens não apenas garantem a segurança dos dados e usuários, mas também facilitam a experiência para quem está acessando de qualquer lugar, minimizando a latência e melhorando a performance das aplicações críticas. Ao migrar de uma infraestrutura tradicional on-premises para uma estrutura distribuída e moderna, as organizações podem alcançar uma flexibilidade e uma resiliência antes inimagináveis.
O que mais me impressiona é o potencial criativo aqui. Ao integrar segurança em cada camada dos ecossistemas corporativos, vejo uma chance de as empresas não apenas se protegerem, mas também de inovarem de verdade. Essa mentalidade de segurança como facilitador de inovação é algo que já acompanhei em outras partes do mundo, e é empolgante ver isso começar a ganhar força por aqui.
A mudança que está acontecendo no Brasil tem tudo para ser uma transição marcante, especialmente porque não se trata apenas de adotar a nuvem, mas de adotar uma nova forma de pensar sobre segurança e infraestrutura. Com SASE e ZTNA, a transformação da infraestrutura não se limita à tecnologia, mas também envolve a mudança cultural sobre como enxergar a segurança como parte integrante da estratégia de negócios. Estou animado para fazer parte disso, trazendo minha experiência das ondas de transformação que vivi na Ásia e na Oceania.
Vejo que a colaboração entre empresas, governo e provedores de tecnologia será essencial para superar os desafios de infraestrutura e garantir que essa transformação seja sustentável e inclusiva. As empresas que estão abraçando essa mudança têm a chance de dar um salto à frente, não apenas tecnologicamente, mas também em termos de competitividade, resiliência e melhoria da experiência dos seus usuários.
Fernando Serto
Líder Visionário em Segurança e Infraestrutura de TI | CISO/CTO | Especialista em Segurança Ofensiva e Defensiva e Redução de Riscos | Evangelista | Keynote Speaker